terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pela janela...

Sai do banheiro só de toalha. Tranco a porta assim que entro no quarto. Minha janela encara a janela do vizinho, do quarto do caçula da família. Mas tudo está apagado. Checo se estou completamente seco. Apago a luz. Hora de dormir.
Hora de dormir?


Uma luz entra pela janela. Vem da janela do vizinho que encara a minha. Sob o lençol, ignoro. Ou tento. Ele está me olhado, me vigiando, sinto os olhos me encarando.

 Oi.
 Oi.
 Você está muito cansado?
 Na verdade não.
 Quer conversar?
 Espera um pouco, vou colocar um short.
 Pode vir como você estiver.
 Exatamente, eu não estou. Tenho mesmo que vestir um short.

Guardado. Basicamente indumentado, me encosto a janela. E espero que venha a palavra dele. Agora ele parece encabulado.

Envergonhado em falar diretamente comigo, ou envergonhado com a prévia situação? Ele olha pra longe antes de começar.

 Você sempre dorme nu?
 Sempre.
 Como você faz pra não sujar os lençóis?
 Como assim sujar, você ainda suja a cama?
 Claro que não, porra. Não fale como se não me entendesse.

Sorrio vendo a distância de dois anos entre nossas idades salientado nesse momento.

 Não há segredo. Você só precisa se aliviar antes de dormir.
 Mas dizem que isso faz mal a saúde. Dá espinhas, e entorta... lá, sabe...
 Não dá espinhas, mas entorta se fizer errado.
 Como se faz certo?

Eu sei onde ele quer chegar e ele sabe que não vou me negar. Depois de todas as vezes que ele dever ter me visto chegando ao quarto só de toalha. Esse é um hábito. Me pergunto quantos vezes ele não deve ter sentado nas escuridão enquanto eu me repetia.

E as vezes em que ele me viu sedendo ao meu espírito juvenil?

Eu sei que ele me viu. Certa vez, ele também não teve pudor em agir pelos hormônios.

Eu o vi pelo espelho que encarava, além da minha janela, o interior dos segredos dele. Eu o vi firme e belo como ninguém mais.

 Não dá pra simplesmente dizer como se faz. No sábado você vem aqui em casa e eu te ensino.


Não falamos sobre mais nada de importante. Sabíamos que esperávamos pelo momento da satisfação de mais uma das nossas comuns perversões adolescentes.

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